segunda-feira, 10 de junho de 2013

Diabetes e Autoinjeções

DIABETES E AUTOINJEÇÕES
Drauzio – Qual o tratamento que se pode oferecer aos diabéticos com disfunção erétil?
José Mário Reis – Diabetes mal controlado evolui, geralmente, para complicações renais, oftalmológicas e genitais. Considerando tão-somente os aspectos sexuais da questão, trata-se de uma doença neurológica que altera os nervos que estimulam o pênis. O mecanismo da ereção está preservado, mas os nervos deixaram de comandá-lo. Embora o cérebro passe o estímulo para a medula, ela não o transfere para o pênis de forma harmônica.
Nesses casos em que a disfunção erétil resulta de uma falha na enervação, o tratamento proposto é a autoinjeção, que consiste em injetar no corpo cavernoso uma droga que provoca vasodilatação no pênis, favorecendo a entrada de mais sangue. O efeito é praticamente imediato. Cinco minutos depois de tomá-la, a ereção acontece.
Drauzio – Não dói introduzir uma agulha no pênis?
José Mário Reis – Dói muito pouco. Quando se pensa em aplicar uma injeção no pênis, a expectativa é de uma dor intensa. Acontece que o pênis, como o braço, tem pouca enervação e, ao penetrar a agulha, que é muito fina, o indivíduo sente apenas uma dorzinha. Diante da dor que esperava, ela é insignificante. Há indivíduos satisfeitos com os  resultados que tomam injeções desse tipo há mais de 15 anos sem nunca terem reclamado do incômodo da dor.
A autoinjeção pode ser indicada para diabéticos e para homens submetidos à prostatectomia radical, isto é, a retirada total da próstata que estava comprometida por câncer. Nos casos emocionais, associada à psicoterapia, também tem-se mostrado eficiente.
Drauzio – Ninguém se queixa que ir ao banheiro para tomar a injeção quebra o clima?
José Mário Reis – A felicidade de manter o pênis ereto compensa qualquer sacrifício, especialmente porque a ereção dura hora e meia em média, muito mais do que qualquer homem normal consegue manter.
As primeiras aplicações requerem cuidado especial porque a ereção pode prolongar-se por mais de 6 horas. Há um caso curioso a respeito disso. Pedi a um paciente que começasse usando pequenas doses e que me mantivesse informado. No dia seguinte, ele me telefonou dizendo que tudo tinha corrido muito bem, mas que estava em ereção plena havia 12 horas. Pedi que fosse ao consultório. Para minha surpresa, contou-me que estava em Miami o que dificultou um pouco o atendimento.

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